segunda-feira, 5 de abril de 2010

Coluna "Pense..." (Texto 2: Cartas de Saul)

Texto 2:

          Em primeiras linhas, me preocupo em tratar daqueles a quem muitos os chamam de covardes. É impressionante saber que existem vários indivíduos que se dizem sábios e com tamanha maestria são capazes de dizer que são aptos para a guerra. Pois bem, não é a guerra que prepara os campos para receberem os homens gloriosos, que por sua vez estão preocupados mais com os louros que irão receber do que os filhos daqueles que seu punhal os matou? Sim, é obvio. Pois em uma guerra o que se requer é gente forte e robusta, com tanto mais coragem quanto menos bom senso. A menos que queiram soldados covardes onde assim que avistam seus inimigos, abandonam seus escudos com espadas e fogem. Sendo dessa forma nossos “bons homens” provam que suas faculdades de sábios são comparáveis às suas covardias na guerra. Para tanto é possível traçar um breve perfil deles. De imediato atento para o que o fizer devera ter o cuidado para não se “contaminar” com suas histórias.
            Esses homens, que alguns também se dizem sábios, são capazes de afugentar de um evento qualquer um com seus comentários pedantes e suas perguntas torpes. Nosso pobre sábio não parece com um homem, mas com um ser tão desprezível quanto um rato. Mas é possível encontrá-los em diversas perspectivas, sejam elas amorosas financeiras ou profissionais.
            Bem, imagine que um deles morre de amor por uma mulher e quanto menos é correspondido maior é a sua paixão. Sem contar do par de cornos percebidos em sua cabeça e que ele faz questão de negligenciar; outro é capaz de casar-se com o dote da moça e não com ela. Este oferece ele próprio amantes a sua mulher; aquele é tão ciumento que não perde sua mulher de vista um instante sequer. Aqui ao saber da morte prematura de sua amada faz mil extravagâncias, ate contratam pessoas para chorarem por sua esposa; ali um outro satisfeito com o mesmo acontecimento, esforça-se para simular a dor perante o corpo. Uns, negligenciando os próprios afazeres, estão sempre preocupados com os do vizinho. Outros, pedindo dinheiro emprestado para pagar dívidas, imaginam-se ricos, embora estejam à beira do abismo.
            Pronto, juntai a esses vários tipos a possibilidade de uma quantidade inumerável de doenças que os assediam constantemente no curso de suas vidas infelizes e os acidentes que não param de ameaçar. Ao passarem por tudo isso, eles se deparam com a velhice e ficam oprimidos pelo peso dos anos e desprovidos da figura humana ao qual todos nós estamos sujeitos a passar é claro. E por fim a triste e dura necessidade de morrer. Obrigado!    

Filipe Saul
Inspirado em Erasmo de Roterdã.


Obrigado Filipe Saul

4 comentários:

  1. Os homens que se dizem sábios e corajosos se escondem atrás do medo de demonstrar suas inseguranças. Os que são julgados covardes, são aqueles que tiveram a coragem de assumir essa pulsão de vida: o medo!!!!

    Não posso dizer: Seja corajoso ou covarde... ambas as posturas se misturam no ser...

    A atitude escolhida é apenas uma extenção do sentimento de preservação ou de superação... o que não significa que o que deve ser preservado continuará imaculado... nem o que deve ser superado terá exito.

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  2. Acho que num falei porra nenhuma!!!! rsrsrs
    Concorda??? Então fale você!!!!!

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  3. eu tbm nao falei porra nenhuma :P:P

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  4. Hoje tenho a satisfação de publicar o segundo texto da Coluna "Pense...", o nosso espaço de reflexão...
    Agradeço mais uma vez a Filipe Saul, nosso fiel colaborador, detentor de uma escrita ousada, realizador de textos que nos instigam, e que nos motivam a vermos o mundo com outros olhos!!!!
    O texto de hoje fala dos homens e suas diferentes posturas... Muito bom!!!!!!

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